CONAREM participa do Mobilatina que destaca os avanços das tecnologias e o impacto nas retíficas de motores

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CONAREM participa do Mobilatina que destaca os avanços das tecnologias e o impacto nas retíficas de motores

 

Evento inédito na Automechanika de Frankfurt reuniu mais de 100 participantes de países da América Latina.

 

Para mostrar a evolução do mercado diante de novas tecnologias (carros elétricos e híbridos) e o aumento da concorrência em venda de peças pelo sistema convencional e também pela internet, o CONAREM – Conselho Nacional de Retíficas de motores, realizou, juntamente com a participação de mais de 20 entidades do segmento de retífica de motor da América Latina, o Mobilatina, evento inédito que aconteceu durante a Automechanika de Frankfurt, na Alemanha, dando continuidade aos trabalhos do Instituto Internacional da Mobilidade, lançado na Automec de 2017.

O evento, que reuniu mais de 100 participantes, apresentou exemplos da Itália, Espanha e Argentina de como as empresas estão enfrentando os desafios atuais em um momento disruptivo para o setor automotivo que atinge os retificadores com a proeminência da mudança tecnológica da motorização. Em sua participação, José Arnaldo Laguna, presidente do CONAREM, destacou a importância da união e cooperação entre os segmentos da retificação de motores de diversos países e detalhou aos presentes a situação do Brasil que tem sofrido a forte concorrência do mercado na venda peças. O diretor do Instituto Internacional de Estudos da Mobilidade, Omar Ricardo Chehayeb, responsável pelo evento, informou que novas edições do Mobilatina já estão programadas para 2019 em Amsterdam, São Paulo e Johannesburgo.

 

Experiências internacionais podem inspirar empresários brasileiros – Para enfrentar a concorrência online e a atitude de alguns grandes players mundiais que vendem diretamente aos seus clientes, o empresário Dmitry Danshov, retificador que faz 40% de todos os motores da Rússia e que como as outras empresas do setor tem a maior parte da receita na comercialização de peças, precisou rever o seu negócio. Ele passou a usinar e restaurar todo tipo de peças, mesmo que não seja do setor automotivo, reparar cardãs e compressores de ar à base de troca para caminhões. Também começou a fabricar máquinas para retífica como mandrilhadoras, retificadoras de cilindros e prensas para seu uso e também vendeu para outras retíficas, com lucro. Decidiu produzir peças de motor, como guias de válvulas e camisas de pistão e encomendar outras a terceiros que saem com sua própria marca. “Ter uma marca própria bem aceita no mercado é muito bom para competir com os gigantes do setor, e ter os direitos exclusivos para comercialização da mesma em seu próprio país é algo que ninguém poderá lhe tirar”, revela.  Investiu no comércio eletrônico e no desenvolvimento de análise de dados e tendências de vendas para saber como será o consumo futuro e calcular as necessidades de seus clientes.

 

Concessionária Iveco muda foco para serviços e tecnologia e cresce três vezes de tamanho em seis anos – Gianandrea Ferrajoli de MECAR, dealer Iveco e Petronas, na Itália, entre 2008 e 2010, obtinha 80% de suas receitas com a venda de veículos e viu o faturamento cair pela metade. Hoje, a MECAR faz tudo o que o cliente precisa em termos de transporte, não apenas vende caminhões. “Naturalmente, vendemos também os veículos, prestamos assistência técnica, mas hoje em dia investimos muito em tecnologia”, explica. Para acompanhar esse novo momento, precisou investir também em treinamento com a abertura da Academia para treinar os funcionários, clientes e acionistas. Ferrajoli considera isso mais importante do que apenas vender caminhões, um produto que hoje se transformou em commodity.

 

Ele conta que com as mudanças na proposta nos últimos seis anos foi possível crescer três vezes em tamanho, com 70% das receitas provenientes de serviços. A empresa que possuía duas filiais com 13 funcionários, hoje conta com seis e 85 funcionários. A digitalização é também uma parte importante do negócio, com investimento na aquisição de ações de startups que estão desenvolvendo aplicativos de relevância no setor em que opera.

 

Mesmo com economia caótica da Argentina, empresa expande negócio – A General Pico, na Argentina, localizada em uma cidade de apenas 60.000 habitantes em um Estado que concentra apenas 1% da população faz reparo em mais de mil motores ao ano, com 40 funcionários.  O CEO da empresa, Sebastián Urbano,  explica a façanha em um cenário de inflação de 40% e taxas de juros de 42% a 52% ao mês, além da legalização de desmanhes. Este cenário e também a evolução dos motores levaram ao fechamento maciço de retíficas devido à falta de industrialização dos processos e de capacitação do pessoal e sistemas deficitários de gestão. Para sobreviver a este mercado, Urbano pontua as medidas importantes para continuar operando: marca própria de remanufatura de motores e de turbos, laboratório diesel, estoque de peças pré-mecanizadas, reparação de motores e bombas hidráulicas para transmissões hidrostáticas, rede de oficinas para montagem e desmontagem dos motores e trabalho na limpeza, reparo e intercâmbio de filtros de partículas (DPF).

 

Empresa investiu em comércio online em 2009 e fatura atualmente 40 milhões de euros por ano – Partindo de 6 funcionários e 500 m², no início dos anos 80, em Lérida, na Espanha, a ASYSUM, começou a investir em vendas online em 2009, com a contração de webdesingers. Hoje, apenas uma das páginas web registra 5.000 visitas por dia e, no ano passado, 14.000 pessoas preencheram um formulário para comprar ou obter informações sobre produtos e foram vendidos de 5 a 7 motores por semana para muitos países da Europa e até de outros continentes. Com isso, a empresa chega à marca de faturamento de 40 milhões de euros por ano.

 

Inovação em equipamentos garante agilidade nos serviços – Roland Vigatá, CEO de ASYSUM, também falou da implementação de máquinas CNC que são mais tradicionalmente usadas por fabricantes de motores para conseguir aumentar a eficiência e a rapidez no trabalho de retificação. “Um motor Mercedes-Benz 651 que levava de 4,5 a 8 horas para mecanizar no sistema tradicional pode ser feito em uma hora e meia, com a perfeição que uma máquina computadorizada pode dar”, comenta. Também está em desenvolvimento um programa “Mecanizado Chaves em Mão” pelo qual a sua empresa pode desenvolver os planos para CNC para qualquer motor e pode oferecer a outros retificadores a possibilidade de retificar blocos e cabeçotes a distância de forma terceirizada, conectando-se online e utilizando sua CNC convencional de cinco eixos.

 

Na opinião de Vigatá o diesel terá bastante tempo de mercado, mesmo que o elétrico obtenha sua fatia, assim como o GLP e a gasolina, e ainda haverá espaço para continuar a reconstruir motores.

 

Medidas rigorosas para restringir emissões na Europa – Clemens Ortgies, presidente da Federação Europeia de Retificadores de Motores – FIRM, formada por dez associações europeias e por associados individuais para defender os interesses de retíficas de diversos portes, promovendo a comunicação entre seus associados e o governo europeu, revela que normas em vigor determinam redução de até 95% de emissões de gases já a partir de 2021.

 

Ortgies revela que a consequência dessas medidas é que os novos modelos terão custo de fabricação de motor equivalente ao do sistema de tratamento de emissões, o que significa que o custo de um motor completo será o dobro do atual. Além disso, o sistema de exaustão também precisará ter manutenção, ser limpo, ter algumas peças substituídas, ser testado; tudo isto cria novas oportunidades também para o mercado de retificação.

 

Máquinas agrícolas serão testadas em uso –  As novas regras também estabelecem o número limite de emissão de partículas, requisitos de OBD mais estritos e a exigência de realização de testes “in-use” (termo significa que oficiais do departamento de emissões podem se apresentar no meio de uma colheita agrícola, por exemplo, colocar um sensor no trator e solicitar que ele seja operado de forma a ser testado à medida que está sendo usado). “Se o trator não atender às exigências de emissões, pode ser exigido que ele seja encostado e interrompa a atividade. Com isso, o veículo testado em uso utilizando motor retificado precisa atender às normas, aumentando ainda mais a responsabilidade dos retificadores não importando se o defeito é no motor ou no sistema de escapamento”, conta Ortgies.  As novas normas, segundo presidente da FIRM, exigem que a garantia cubra toda a vida útil do motor. Portanto, se um motor tem uma expectativa de vida útil de 10 anos, no décimo ano ele tem de estar funcionando ainda dentro das normas de emissão.

Montadoras apertam o cerco e restringem informações – Sobre a propriedade dos sistemas, Ortgies mencionou o caso John Deere nos EUA, onde a empresa lançou um novo trator com sistema de ECU e os compradores precisavam assinar um acordo de uso do software para fazer funcionar o veículo. “Os granjeiros não entendiam porque tinham de assinar uma licença para dirigir o trator, mas mesmo assim o fizeram. Na primeira revisão, que devia ser feita na concessionária, descobriram que pagaram cifras astronômicas porque ninguém mais tinha acesso à CPU”, conta Ortgies. “Mas de repente, alguns hackers descobriram que podiam entrar no sistema e assim pequenas oficinas independentes passaram a oferecer serviço a preços mais em conta. No entanto, quando um dia o motor falhou, e tiveram que recorrer de novo à concessionária, descobriram que seus veículos estavam ilegais porque os donos tinham infringido as leis de patente ao mexer no ECU através de pessoas estranhas à empresa”, afirma.

 

Em países como os EUA ou na Europa, as leis sobre quebra de licenças são muito restritas. Finalmente, legisladores americanos obtiveram um acordo com a John Deere, mas isto levantou a questão de quem é realmente dono do software: quem o compra ou quem o fornece? Segundo Ortgies, nesta época tecnológica, este tipo de situação acontece frequentemente e a FIRM está trabalhando para evitar que este tipo de coisa ocorra novamente.

 

Mercado de retíficas na Europa – Dados da FIRM revelam que o segmento de retíficas conta com aproximadamente 2.500 empresas, 27.000 funcionários e faturamento conjunto de 3 bilhões de euros. A FIRM está presente em 10 países e possui 500 retificadoras, sendo 85% empresas de, no máximo, 5 funcionários e faturam, em média, meio milhão de euros por ano. Já 50 empresas têm 20 funcionários com vendas anuais de três milhões de euros e há umas 20 empresas com mais de 100 funcionários e uma média de faturamento de 15 milhões de euros ao ano.  As retíficas médias e grandes crescem cada vez mais, enquanto as pequenas estão desistindo do negócio.

 

Ortgies acredita que, nos próximos anos, o percentual de motores para transporte cairá de 85% para 80%, enquanto motores para agricultura e exploração mineral crescerão de participação de 15% para 20%.  Isso se deve pelo fato que a maior parte dos caminhões é de propriedade de frotas e empresas de leasing que oferecem seus próprios contratos de manutenção, portanto muito pouco do negócio vai para as mãos de retíficas independentes. Já as remanufaturas de fábrica deverão crescer 7% nos próximos anos.

 

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