Ecossaneamento: solução econômica e eficiente para tratamento de esgoto
Fossa séptica, círculo de bananeiras, tanque de evapotranspiração (TEVAP) e wetlands são algumas das opções de sistemas alternativos de saneamento.
Dividido em esgoto doméstico, efluente industrial e água de infiltração, o esgoto sanitário pode ser coletado por sistemas tracionais ou alternativos. Mecanizados, os sistemas tradicionais de coleta de esgoto são mais eficientes que os alternativos. No entanto, bem mais caros. “O ecossaneamento, que conta com diversas opções de sistemas alternativos, aproxima-se de processos naturais já que reproduzem seus ecossistemas, encara os resíduos como recursos recuperáveis e promove uma melhor gestão e proteção dos recursos hídricos”, afirmou o Prof. Dr. Fabio Campos, coord. da Câmara Setorial de Filtros para Estações de Tratamento de Água, Efluentes e Reúso – CSFETAER e Doutor em Ciências FSP/USP e responsável pelo Laboratório de Saneamento – PHA/EPUSP, no “Abra Talks”, evento virtual mensal da Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais, realizado no dia 4 de fevereiro.
Entre os sistemas alternativos de esgotamento sanitário, citou a fossa séptica, sistema não mecanizado, de fácil operação, baixo custo energético e baixa produção de lodo, que utiliza processos anaeróbicos e unidades complementares de disposição final de efluente e lodo. Para usar a fossa séptica ressaltou que é necessário manter distância mínima de 1,5 m de outras construções e 3 m de árvores, afastamento mínimo de 15 m de poços freáticos e segregar a água cinza, usada em processos de lavagem não industriais, e água de chuva.
Para o tratamento de água cinza, indicou o círculo de bananeiras, alternativa de ecossaneamento, onde se faz um buraco no solo, coloca-se uma camada de brita, outra de galhos, gravetos e folhas, em volta devem ser plantadas bananeiras, planta que gosta de umidade. Um cano levará a água cinza ao buraco. Para o tratamento de água negra, proveniente do banheiro, há o tanque de evapotranspiração (TEVAP), que consiste em tanque para recepção e digestão, filtro anaeróbio onde os resíduos sólidos sofrem biodigestão e uma zona de raízes, onde os líquidos percolam, são incorporados e perdidos com a evapotranspiração das plantas, tudo em único sistema, montado em um tanque impermeabilizado.
No Brasil, segundo Campos, são também muito utilizados como sistema alternativo de saneamento – wetlands construidos, sistemas projetados com plantas em substratos (areia, solo ou cascalho), onde, de forma natural e em condições ambientais adequadas, pode ocorrer a formação de biofilmes, que agregam população variada de microrganismos. “Esse sistema é capaz de tratar esgotos por processos biológicos, químicos e físicos”, explicou.
Com mediação de Adriano Bonazio, gerente de comunicação e marketing da Abrafiltros, o “Abra Talks” foi dividido em três momentos, de 30 minutos. Na primeira etapa, José Alexandre Marques, consultor da JAM Treinamentos, falou sobre o tema “Sugestões para redução de custo de filtração em processos industriais” e, após Campos, Denis Nascimento, mestrando em Engenharia Mecânica, abordou “Tecnologias de separação de água do diesel”.
Para o presidente da Abrafiltros, João Moura “o Abra Talks tem sido o ponto de encontro do nosso setor. Estamos satisfeitos com o alto nível do debate e esperamos que o conteúdo contribua para o desenvolvimento do segmento”.
O próximo “Abra Talks” acontece no dia 11 de março, das 09h às 10h30. O evento é transmitido ao vivo e de forma gratuita. Já o conteúdo na integra, estará disponível somente para associados da Abrafiltros.
Sobre a Abrafiltros:
Criada em 2006, a Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais – tem a missão de promover a integração entre as empresas de filtros e sistemas de filtração para os segmentos automotivo, industrial e tratamento de água e efluentes – ETA e ETE, representando e defendendo de forma ética os interesses comuns e consensuais dos associados.
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