Poluentes industriais, seus efeitos e a importância dos sistemas de filtração
Elevação da temperatura, efeito estufa e aumento da acidez nos oceanos estão entre as consequências da contaminação industrial.
Os processos de diversas indústrias, que realizam a queima e combustível, gás ou óleo, para gerar calor e, assim, desempenhar suas atividades, são uma das principais causas da poluição atmosférica, efeito estufa, elevação da temperatura do planeta, aquecimento global, entre outras sequelas prejudiciais ao meio ambiente e à saúde da população, especialmente, quando esses poluentes não possuem tratamento adequado. “Mais de 90% da atmosfera global está exposta a algum tipo de poluição e cerca de 7 milhões de pessoas morrem por ano no mundo em decorrência de problemas de saúde desencadeados pela poluição do ar”, alertou o engenheiro e projetista mecânico Marcello Vinicius Bernardini, especialista na fabricação de filtros para controle de contaminação ambiental, quando ministrou a palestra “Contaminação industrial e seus efeitos no aquecimento global”, no “Abra Talks”, evento virtual mensal da Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais, no dia 11 de agosto.
Segundo Bernardini, indústrias como cimenteiras, mineradoras, siderúrgicas, de madeira e celulose, alimentícias, química, farmacêutica, pneus e borrachas, usinas termelétricas, entre outras diversas, geram materiais particulados poluentes nos processos fabris e, por isso, devem usar filtros para controle de contaminação ambiental. “A OMS recomenda um nível máximo de 50 µg de particulados por m³ de ar suspenso na atmosfera”, destacou o engenheiro, acrescentando que cerca de 73% a 87% das cidades ao redor do mundo não seguem as recomendações. “Caso a poluição do ar não seja rapidamente controlada, estima-se que mais de 230 mil pessoas morrerão somente no estado de São Paulo até 2030 em decorrência de complicações causadas pela poluição do ar”, ressaltou.
Além das consequências referentes ao aquecimento global, Bernardini falou também sobre a relação dos particulados com a acidificação dos oceanos. “A emissão de dióxido e monóxido de carbono pelas indústrias contribuem para o aumento da acidez nos oceanos, provocando mortandade de algas, plânctons e microrganismos, seres que também produzem oxigênio”, disse.
Durante a palestra, o engenheiro enfatizou a importância dos diversos tipos de sistemas de filtração para auxiliar no tratamento dos poluentes industriais provenientes dos processos fabris, entre eles, filtro manga convencional, precipitador eletrostático, filtro manga plissada ou cartucho plissado, sistema ciclonizador, lavador de gases, entre outros.
Ao final da apresentação, Bernardini destacou que, desde 2018, tramita no Congresso Nacional um Projeto de Lei que institui a Política Nacional de Qualidade de Ar e cria o Sistema Nacional de Informações de Qualidade do Ar, PL 10521/2018. “Deve ser sancionado ainda neste ano”, finalizou.
Para João Moura, presidente da Abrafiltros “uma das premissas deste programa é evidenciar a importância dos filtros para a sociedade, neste caso de forma especial para a indústria, que necessita de um olhar atento às questões ambientais, sendo a filtração uma importante aliada deste processo”.
O Abra Talks teve três momentos. Às 9h30, após a palestra de Bernardini, Bruno Sidney, engenheiro sanitarista e ambiental, mestre em ciências com ênfase em Hidráulica e Saneamento e atualmente pesquisador de tecnologia e inovação da SABESP, abordou o “Polimento no efluente final de uma ETE com o uso de UV e filtração”, e, às 10h, Adriano Bonazio, relações públicas com mais de 15 anos na área de comunicação e atualmente Gerente de Comunicação & Marketing Abrafiltros, encerrou o evento com o tema “Tendências e desafios da comunicação no setor automotivo”.
O próximo Abra Talks, que conta com o patrocínio do Grupo Supply Service, será no dia 15 de setembro.
Sobre a Abrafiltros:
Criada em 2006, a Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais – tem a missão de promover a integração entre as empresas de filtros e sistemas de filtração para os segmentos automotivo, industrial, tratamento de água, efluentes e reúso, representando e defendendo de forma ética os interesses comuns e consensuais dos associados.
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