Práticas inclusivas nas empresas promovem a melhoria do clima organizacional e geram melhores resultados
No “Programa Filtra Ação”, Virginia Gonçalves de Oliveira, Mestre em Educação Especial e Políticas Públicas, fala sobre diversidade, diferenças e inclusão
Muito tem se falado nos últimos anos em inclusão, visto as agendas de políticos e comerciais publicitários. Mas, afinal, o que é incluir? Oferecer as mesmas oportunidades para pessoas diferentes? O que é ser diferente hoje em dia? O que a lei diz sobre o assunto e quais são as práticas que uma empresa pode adotar para ser efetivamente considerada inclusiva? Mais do que reparar fatos históricos, incluir é oferecer a oportunidade de uma vida mais justa e saudável para toda a sociedade.
“A inclusão e a diversidade devem estar atreladas à gestão das empresas, pois são questões essenciais para promover não só o respeito nos relacionamentos com colaboradores, parceiros comerciais e consumidores, mas também para respeitar as diferentes visões dos públicos em geral”, comenta João Moura, presidente da Abrafiltros.
O episódio de setembro do “Programa Filtra Ação”, canal de conteúdo online da Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais e das revistas Meio Filtrante e TAE, conta com o patrocínio do Grupo Supply Service, recebeu no dia 29, a Mestre em Educação Especial e Políticas Públicas pela FEUSP e assessora na área de educação inclusiva em redes municipais e estaduais, Virginia Gonçalves de Oliveira, para falar sobre o tema “Diversidade, Diferenças e Inclusão – entre o querer, o poder e o dever”.
Para dar início à palestra, Virgínia esclarece três conceitos que estão ligados ao tema: querer, poder e dever. Segundo ela, é o entendimento de cada um deles que vai facilitar o processo de integração e inclusão dentro da nossa sociedade. O querer envolve o desejo pessoal, o poder é relacionado ao convívio social e, por fim, o dever que é a lei. Em uma sociedade, nem tudo que se deseja é possível já que vivemos em um grupo, cujas relações são balizadas por lei. De acordo com a Constituição, por exemplo, todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza e, em cima desse dever cidadãos e empresas devem pautar a criação de uma agenda efetivamente inclusiva.
A convivência de pessoas diferentes é sempre muito enriquecedora, já que permite o compartilhamento de experiências e olhares. Em empresas, pessoas de diferentes idades, etnia, com deficiência e gênero, chegam para somar.
Então, como promover a inclusão – prevista inclusive na lei (dever) nas empresas? De acordo com a especialista, com muita conversa, educação e treinamento dentro do ambiente corporativo. O gestor tem o dever de manter uma política clara de respeito e diálogo, de combate a situações de preconceito e discriminação, garantindo a acessibilidade àqueles que têm deficiências, sejam elas físicas, estrutural ou no sentido mais amplo, considerando recursos e apoios para necessidades específicas como comunicação do surdo, piso táctil ou áudio descrição para o cego, etc e, por fim a equidade, que é a oferta de recursos e possibilidades diferentes para pessoas diversas.
Portanto, gestores de RH devem estar atentos a essa questão, ao adotar políticas inclusivas. A equidade é sem dúvida a grande evolução no Direito, em busca da inclusão. Até então, falava-se de igualdade, o que se mostrou insatisfatório. Para ilustrar, a palestrante apresentou a imagem de pessoas diferentes – habilidades, porte físico e idades – em bicicletas iguais e, em seguida, com bicicletas adaptadas a elas.
Os estudos das principais universidades do mundo e institutos de pesquisa já mostram que a diversidade nas empresas promove o aumento da criatividade organizacional, a inovação, reduz conflitos, contribui para um clima mais favorável e para a diminuição da rotatividade. Além disso, a especialista acrescenta que empresas que investem na inclusão alcançam melhores resultados e uma imagem mais positiva.
A todo momento, empresas devem buscar a representatividade do povo, na adequação de suas instalações, à divulgação de informações para garantir a segurança de seus colaboradores e à diminuição da desigualdade. “Quando a empresa busca essa diversidade, contribui para uma vida mais justa. Compartilho da ideia de que a defesa da dignidade coletiva é a chave para a felicidade. Todas as pessoas pelo querer, poder e dever devem ser acolhidas em sua diversidade”, conclui Virginia.
Para João Moura, presidente da Abrafiltros, o tema está muito atual e presente nas empresas, portanto a contribuição de Virginia foi muito enriquecedora. Pós-graduada em literatura infanto-juvenil pela Metodista, onde também é licenciada em Letras e pedagogia, Virgínia também é assessora na área de educação inclusiva nas redes municipais e estaduais, especialista em comunidades de aprendizagem pelo Instituto Natura, coordenadora do programa Secadi do MEC de educação inclusiva e habilidades, além de gestora escolar.
O programa Filtra Ação, que chegou a sua edição n° 59, é online e gratuito. Ao longo de dois anos tem apresentado os mais variados temas e especialistas em suas áreas de atuação. Todos os programas exibidos estão disponíveis no Canal TV Filtros no Youtube (www.youtube.com.br/tvfiltros) ou pelo PodCast “Programa Filtra Ação” no Spotify.
Sobre a Abrafiltros:
Criada em 2006, a Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais – tem a missão de promover a integração entre as empresas de filtros e sistemas de filtração para os segmentos automotivo, industrial, tratamento de água, efluentes e reúso, representando e defendendo de forma ética os interesses comuns e consensuais dos associados.
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