Seminário da Reposição Automotiva apresenta estudo inédito sobre tendências de mercado e como avançar com a Inspeção Veicular

Mudança de comportamento dos consumidores, influências digitais, envelhecimento da frota circulante e consolidação de redes nortearão a atuação das empresas na reposição.  

 

A 24ª edição do Seminário da Reposição Automotiva, realizada, no dia 09 de outubro, na sede da FecomercioSP, em São Paulo-SP, destacou o cenário brasileiro do aftermarket com estudo inédito da consultoria McKinsey & Company que mostra as principais tendências sobre os aspectos do mercado, novas tecnologias e comportamento do consumidor. Também foi abordada a Inspeção Técnica Veicular, os entraves que impedem a sua implantação há duas décadas e como sensibilizar a sociedade sobre a importância da manutenção preventiva, tema que é pauta permanente da agenda de trabalho do GMA – Grupo de Manutenção Automotiva – formado pelo Sindipeças, ANDAP, SICAP, Sincopeças-SP e Sindirepa Nacional, e que deve ser levado como proposta para implantação no próximo governo. Para que isso aconteça, a iniciativa conta com o apoio do Observatório Nacional de Segurança Viária, Afeevas (Associação dos Fabricantes de Equipamentos para Controle de Emissões Veiculares da América do Sul) e Abritev (Associação Brasileira de Inspeção Veicular), as quais seus representantes participaram do painel de debates no evento, destacando o compromisso que o setor deve assumir para mobilizar sociedade e ajudar o poder público a implantar a inspeção veicular no País, partindo da conscientização das pessoas que a manutenção preventiva salva vidas.

Reposição mantém crescimento – Durante a cerimônia de abertura do evento, o presidente do Sindipeças, Dan Ioschpe, revelou que a reposição representa 20% do faturamento da indústria de autopeças, o que equivale a R$ 18 bilhões por ano. Também comentou que a reposição é estratégica e estável, tornado as empresas saudáveis. Com relação à Inspeção Veicular, Ioschpe destacou que é uma medida para melhorar a segurança no trânsito e também para o meio ambiente e que após implantada será possível pensar em um programa de renovação de frota no Brasil. Também estiveram presentes o presidente do Sincopeças, Francisco De La Tôrre; presidente do Sindirepa-SP e Sindirepa Nacional, Antonio Fiola, ambos também enfatizaram a importância da inspeção veicular para redução de acidentes e melhoria da qualidade do ar e economia com gastos públicos, destacando que esta é bandeira que o setor levará para a sociedade. O presidente do SICAP, Alcides Acerbi Neto, destacou o avanço de novas tecnologias, a importância de informações que permitem soluções para melhoria contínua de resultado das empresas.

O conselheiro do Sindipeças para o mercado de reposição e coordenador do GMA, Elias Mufarej, foi o responsável pela programação desta edição do evento, tarefa que é alternada entre as entidades do setor, mas que sempre conta com a organização do grupo Photon.

Cenário político em destaque – Um momento muito especial e de reflexão para a plateia do seminário sobre a atual situação da política foi a apresentação do empresário Eduardo Mufarej Eduardo Mufarej, fundador do RenovaBr e um dos criadores do partido Novo. Ele falou sobre o trabalho que desenvolveu na política para formação e preparação de pessoas da sociedade interessadas em se candidatarem nas eleições em 2018. O instituto que preside foi responsável pela renovação política que ocorreu nas eleições. Cerca de 500 pessoas se inscreveram para o curso, 133 foram selecionados, 115 formados e 16 foram eleitos parlamentares que totalizaram 4,5 milhões de votos. O objetivo do trabalho é formar lideranças políticas para poder ter novos representantes da sociedade, com capacidade de promover as mudanças necessárias para o País. A iniciativa de Mufarej começou pela indignação com o cenário político e partiu para a ação. “A omissão é cara. A sociedade deve participar e, acompanhar e cobrar dos políticos”, disse.

 

Estudo indica crescimento de mercado e mudanças por conta de influências digitais e consolidações em todos os canais – O mercado de reposição brasileiro está crescendo e pode alcançar R$ 120 bilhões até 2022, estimulado pela evolução da frota de veículos leves. E, o crescimento, vem com muitas transformações – clientes mais digitais e sofisticados, com novos players mudando o equilíbrio de poder ao pressionar preços e volumes, com amplas parcerias e profissionalização. Foi o que afirmou Bernardo Ferreira, associate partner da McKinsey&Company, no painel “Perspectiva sobre o mercado de reposição no Brasil”. Na pesquisa, foram entrevistados mais de 20 especialistas da McKinsey nos EUA, Europa, Ásia e Brasil e 750 proprietários de veículos no primeiro semestre de 2018, e utilizados mais de 3 GB de dados e relatórios de indústrias e entrevistas com os principais players e instituições do mercado de reposição brasileiro.

Frota deve envelhecer mais – Durante sua apresentação, ele explicou que, o mercado de reposição está diretamente vinculado à idade dos veículos e a previsão é de envelhecimento da frota nos próximos anos, com carros acima de 12 anos, representando 1/3 do total até 2022. “Os veículos de 8 a 11 anos deverão ser o segmento de evolução mais rápida, com 9%, sustentando a demanda da reposição nos próximos anos”, disse Ferreira, ressaltando que, com a frota de veículos leves acima de 8 anos, há um grande potencial de crescimento.

O associado da McKinsey falou também sobre os consumidores, que utilizarão, cada vez mais, as plataformas online, como WhatsApp e aplicativos móveis, para agendamento de serviços em oficina. Por isso, os proprietários de oficinas devem ficar atentos. Na hora da escolha de onde farão o serviço continuarão considerando a qualidade e a rapidez, que são mais importantes que a marca e o preço.

A conectividade também deve crescer já que é bem aceita pelos brasileiros e isso permite que as montadoras estejam mais próximas dos donos dos veículos e assim também atuando mais na reposição. Ainda sobre meios digitais, o consultor falou que investir em websites é importante e que as plataformas de e-commerce, assim como em outros países, ainda não deslancharam, principalmente por causa da dificuldade de ser assertivo na compra da peça certa, já que há uma imensa variedade de modelos e tempo para entrega que não consegue ser tão rápido quanto às lojas.

No segmento B2B, ele destacou a formação de grupos de frotas, que exigem sofisticação, profissionalismo e velocidade. Os players, no setor de veículos leves, estão investindo em frotas para atuarem na área de mobilidade compartilhada, como locadoras que fornecem frotas para motoristas de Uber. Desta forma, as locadoras se tornam grandes frotistas, com demanda de peças diferente da necessidade dos reparadores. Os motoristas de aplicativos, com carros próprios, também entram como novo perfil de consumidores. “Esses carros vão rodar mais e aumentará a necessidade de manutenção”, explicou.

Os grandes grupos também se fortalecem nos segmentos de caminhões e máquinas agrícolas. A concentração de frotas também é tendência para caminhões com fusão de grandes empresas de transporte e máquinas agrícolas também seguem o mesmo caminho, com a predominância de propriedades maior porte atuando no campo.

Outro ponto importante é que o mercado será ainda mais complexo e que as parcerias devem seguir em todos os players, atém em oficinas, assim como consolidações de redes para atender às novas exigências do consumidor.

De acordo com Ferreira, tanto no B2B quanto no B2C, o mercado de reposição deverá adotar entre as estratégias digitais, presença online com website e redes sociais para construção da marca, divulgação do portfólio e referência geográfica; lojas online ou presença em marketplaces; e Gestão Integrada de Venda – VMI, pois provedores de serviços e distribuidores se voltarão para plataformas B2B para comprar peças.

Sobre as montadoras comentou que estão investindo em peças e serviços, inclusive, algumas lançando segundas marcas de peças para os veículos fora de garantia e redes de serviços multimarcas para captação de clientes do mercado de reposição.

Ferreira disse que, segundo o estudo realizado, os importadores de marcas asiáticas já contam com presença significativa no mercado e deverão crescer ainda mais devido aos baixos preços, qualidade e portfólio completo, bem como os Grupos de Compras que estão começando a entrar no mercado brasileiro.

As principais alavancas, no caso de distribuidores são a consolidação de centro de distribuição, melhoria de gestão de estoque, ampliação do portfólio e diluição de custos fixos.

No caso das oficinas, são a otimização da presença, mudança de patamar na gestão de capacidade e consolidação de marketing digital. Já os varejistas estão ganhando escala e investindo na experiência do cliente, com variedade de peças, horários estendidos de atendimento, até com lojas 24 horas, e serviços online. “Há profissionalização de varejistas independentes e provedores de serviços”, comentou. Para ele, as oficinas independentes diminuirão, enquanto redes de oficinas e oficinas especializadas, concessionárias e autos centers deverão evoluir.

Sobre as tendências em mobilidade, destacou a eletrificação, conectividade, compartilhamento e veículos autônomos. Mas, ressaltou que, no Brasil, o mercado de reposição não sentirá mudanças significativas nos próximos 10 a 15 anos. No entanto, os players deverão iniciar a adaptação no portfólio para atender o mercado de baterias e motores elétricos, bem como também oferecer serviços relacionados.

Dicas para acompanhar o mercado – Ao final do painel, Ferreira ressaltou potenciais movimentos estratégicos que ajudarão na evolução do mercado de reposição. Varejistas deverão investir em conveniência e serviços online, melhorias de práticas em compras, gestão de estoque e cadeia de suprimentos. Já os distribuidores poderão avaliar a oportunidade de mudar para o modelo híbrido, “atacarejo”, oferecendo serviços de varejo; investir em serviços online para atender varejistas e adaptar o plano de negócio aos clientes de frotas. Os provedores de serviços deverão adaptar o plano de negócios às novas necessidades e expectativas dos clientes, fazer parcerias com redes de oficinas e desenvolver técnicos e gerentes para os novos desafios.

Os fornecedores e fabricantes deverão se aproximar dos clientes por meio de serviços digitais, lançar marcas alternativas para atender diferentes segmentos de mercado e fazer parcerias com canais de vendas alternativos. OEMs deverão alcançar consumidores com veículos fora de garantia e com novos serviços digitais.

Inspeção Veicular pode reduzir acidentes de trânsito – Os números são alarmantes. A cada 12 minutos uma pessoa morre no trânsito no Brasil. A cada minuto uma pessoa fica com sequelas permanentes devido aos acidentes que envolvem veículos. Doze estados brasileiros matam mais no trânsito do que na área de segurança pública. Estes foram alguns dos dados divulgados na palestra “O impacto dos custos de acidentes de trânsito na sociedade”, por José Aurélio Ramalho, diretor presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária, instituição social criada com o objetivo de reduzir o número de acidentes de trânsito, desenvolvendo e compartilhando conhecimentos técnicos e comportamentais para influenciar em políticas públicas e sociais sobre o assunto.

“É avassalador o impacto que os acidentes causam na sociedade, bem como nos gastos públicos”, ressaltou Ramalho, lembrando que a falta de manutenção e inspeção nos veículos podem ocasionar trágicos acidentes.

Em outra palestra sobre o assunto, Mario Maurício, presidente da Abritev – Associação Brasileira de Inspeção Veicular, destacou que a frota brasileira está em 43,4 milhões de veículos, com idade média de 9 anos e 7 meses. Mais da metade da frota (52%) está entre 6 e 15 anos e 6% dos veículos com mais de 20 anos. O Brasil é o quinto país que mais mata no trânsito, com 37 mil mortes/ano. “Temos um terremoto da Indonésia por quinzena”, indignou-se Maurício, lamentando a suspensão da Inspeção Técnica Veicular – ITV.

Falta de estrutura do governo travou a implantação – Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, desde 1997, está prevista a ITV e conforme a resolução 716/2017 do COTRAN (Conselho Nacional de Trânsito), seria obrigatória, a cada 2 anos para veículos com mais de 3 anos de uso e entraria em vigor a partir de 2019. Mas, em abril de 2018 foi suspensa.

Segundo Maurício, diversos estados precisarão de um modelo de projeto, pois não têm infraestrutura e pessoas especializadas para elaborá-lo. “Devemos trabalhar juntos a proposta com o setor de reposição e apresentarmos um modelo para os estados. Sem união nada acontecerá”, concluiu.

Como sensibilizar sociedade e governo –  painel de debate sobre Inspeção Veicular, mediado por Antonio Fiola, destacou os entraves sobre o tema que não avança há 20 anos, como prevê o Código Brasileiro de Trânsito. Para José Aurélio Ramalho do Observatório Nacional de Segurança Viária, falta educação sobre segurança no trânsito para mudar a cultura das pessoas por meio de sensibilização sobre as mortes que podem ser evitadas em acidentes. “Existe a necessidade de conscientizar os jovens nas escolas”, comentou.

Fiola propôs que as entidades reunidas levem à frente a proposta de implantação da Inspeção Veicular para o próximo governo e trabalhem em todas as frentes para que isso aconteça.

 

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