Cenário econômico e perspectivas para 2025
Em palestra, na Abrafiltros, Fabio A. Baida, CFP®.Sócio da Kótto, comenta sobre as incertezas da economia nacional e mundial e destaca algumas oportunidades na área de investimentos tanto para pessoa física quanto jurídica.
A principal informação que vai carregar o cenário econômico mundial em 2025 é a incerteza. Saímos da pandemia há cerca de dois anos, mas ela ainda influencia as decisões e o que acontece nos mercados. Além disso, outros fatores foram acrescentados em 2024. Foi o que afirmou Fabio A. Baida, CFP® Sócio Kótto, na palestra “Cenário Econômico e Perspectivas para 2025”, realizada durante reunião da ABRAFILTROS – Associação Brasileira das Empresas de Filtros Automotivos, Industriais e para Estações de Tratamento de Água, Efluentes e Reúso, no dia 28 de novembro, tema também abordado em videocast da TV Filtros.
Como o cenário internacional influencia na economia nacional, iniciou comentando sobre os Estados Unidos, que enfrentou um grande aumento da inflação devido aos incentivos econômicos dados por conta do COVID, o que fez o FED – Federal Reserve subir muito a taxa de juros. Segundo Fabio Baida, isso elevou brutalmente a dívida americana durante e após a pandemia. Somente no início de outubro, o FED fez o primeiro movimento para redução da taxa de juros. Levantou também a questão da eleição, com proposta expansionista, uma preocupação para a queda dos juros, além do protecionismo com relação à entrada de novos imigrantes e à produção.
Com a pandemia, houve a percepção da dependência na cadeia de suprimentos de outros países, como a China. “Hoje, a cadeia de suprimentos globais está se diversificando. Os Estados Unidos estão trazendo de volta algumas indústrias estratégicas para o país, o que agrega à inflação já que estão trazendo uma indústria onde é mais barato produzir para uma em que o preço é mais elevado, sem contar os investimentos necessários para mudar de uma região para outra”, ressaltou.
Comentou que a China está exportando produtos mais estratégicos, com maior valor agregado e com mais qualidade. A tendência é um possível aumento do protecionismo nos Estados Unidos para proteger a indústria local e isso pode impactar negativamente a inflação. “A grande pergunta do mercado é: Qual a velocidade da queda de juros? Teremos um soft landing ou hard landing?,” questionou. Com taxa de juros elevadas há muito tempo, pode ser que a economia desacelere mais rápido que o esperado, resultando em queda do crescimento dos Estados Unidos. Se soft landing, a inflação vai convergir para a meta, mas com a economia crescendo de maneira sustentável.
Medidas econômicas surtirão resultados na China? – Segundo o sócio da Kótto, a inflação na China está mais controlada, mas a grande preocupação é o crescimento, que, nas últimas décadas, era voltado para exportações, criação de infraestrutura e consumo internos, com uma forte criação de poupança através de imóveis. No entanto, isto mudou, pois, com a Covid, a economia desacelerou e o comportamento da sociedade mudou, decidindo não acumular mais sua reserva de poupança em imóveis, fragilizando o setor.
Ele explicou que as medidas econômicas e fiscais de estímulo na China não estão dando o resultado esperado, o que, de alguma forma, influencia o Brasil, pois o país é um dos nossos grandes parceiros comerciais. “Será que vão conseguir estimular o crescimento do país?”, questionou.
Europa: com inflação alta, há dificuldade na implantação de medidas para gerar crescimento – Na Europa, de acordo com o especialista, o investimento foi muito grande durante a pandemia. Muitos países investiram cerca de 20% do PIB para manter incentivos e negócios neste período e o endividamento cresceu muito, bem como a inflação. “A produtividade e o crescimento econômico ainda é muito baixo, há um temor de um cenário de estagflação, e a criação de medidas em prol do crescimento, geralmente, geram inflação. Com inflação muito elevada, há dificuldade implantar tais medidas”, enfatizou.
Além do cenário complexo, ele ainda lembrou das questões geopolíticas, como a guerra da Ucrânia, que mudou muito os investimentos para a defesa dos países europeus e dos Estados Unidos, aumentando o endividamento público e o cenário inflacionário. Falou que os conflitos em Israel, Líbano e Irã poderão impactar os preços dos combustíveis.
“O momento global é chave, com diversas coisas acontecendo no mundo que tendem a pressionar a inflação”, alertou.
Brasil: Como irá controlar o endividamento do governo? – Fabio falou também sobre o endividamento do Brasil durante a pandemia e como a falta de confiança do investidor nas ações do governo para ajuste das contas públicas impactaram a expectativa do mercado para o ano de 2024 “No final do ano passado, a visão era de queda de juros, Bolsa em alta e dólar a R$ 4,60, o que não aconteceu”, disse. No entanto, o crescimento é maior que o esperado, tem também a queda no desemprego, pontos positivos, mas que geram pressões inflacionárias, pois o país cresce acima de sua capacidade, num ritmo mais forte do que poderia. “É necessário investimento em infraestrutura para que esta capacidade de crescimento aumente. Por outro lado, é preciso que o governo gaste menos do que arrecada para ter contas públicas mais saudáveis e gerar a perspectiva de queda de juros”, afirmou. Desconfiança, gera saída de investidores estrangeiros. “Houve saída de divisas da Bolsa brasileira em torno de 40 bilhões de reais em 2024” o que também impacta investimentos locais “as empresas também não investem tanto devido à alta de juros de a falta de clareza no que esperar”, disse.
Desafios, mas com boas oportunidades – “Para o investidor pessoa física, agora, a grande questão é a cautela, carteira mais conservadora se justifica pelas incertezas”, comentou Baida, acrescentando: “Para 2025, a diversificação é a chave para uma rentabilidade média mais atrativa. Mas, observando os riscos de crédito dos títulos escolhidos, faz sentido alocar um pouco mais de recursos em renda fixa (títulos atrelados ao CDI e Selic). Há também potencial para os títulos atrelados à inflação, que pagarão IPCA mais uma taxa de juros pré-fixada. Alocação de recursos deve ser bem menor em multimercados”, disse.
Já em renda variável, segundo o sócio da Kótto, a Bolsa brasileira tem potencial, mas pode demorar a acontecer, a questão fiscal será preponderante. Para ele, há algumas ações com pagamentos de dividendos muito elevadas, que são boas opções. Já os Fundos Imobiliários, geralmente, sofrem um pouco com o cenário de aumento de taxa de juros, e o dólar está num patamar muito elevado. “Com a queda de juros nos Estados Unidos e a alta no nosso país, a tendência é que investidores busquem o Brasil para investir, o que poderia baixar um pouco o nível do dólar. Mas, deve ficar nesse patamar elevado ainda por algum tempo, até termos maior clareza sobre o quadro fiscal do Brasil”, comentou.
Dinâmica do dólar – Relação da oferta e demanda. Assim como os produtos tendem a ficar mais baratos quando tem menos pessoas comprando ou quando há um grande aumento de produção, quando há maior interesse do investidor internacional na economia brasileira, aumenta a oferta de dólar e há a tendência de sua cotação é cair. Agora, ao contrário, quando se manda recursos para fora, a tendência é de elevação. Se o país exporta mais que importa, entra mais dólar no país e a tendência é do dólar de queda.
Com relação ao investidor pessoa jurídica, disse que o risco deve ser bem controlado. “Sempre é bom atuar com instrumentos de menor risco e adequados ao momento da companhia”, afirmou. Sobre o recurso do caixa, o dia a dia, falou que se pode investir em fundos renda fixa, CDBs, em operações com previsibilidade do retorno e, geralmente, pós-fixadas. “Há também ótimos instrumentos para remunerar o caixa operacional, de menos de 30 dias, como o produto Compromissada, um investimento que não tem IOF. Os bancos tradicionais oferecem essa alternativa apenas para empresas com faturamento acima de 500/600 milhões de reais, mas na XP qualquer investidor consegue aplicar a partir de R$1.000”, destacou. Já sobre o caixa de longo prazo, priorizou ainda o pós-fixado, mas observando os títulos atrelados à inflação como uma oportunidade.
Para Fabio Baida, a bola da vez em 2025 será a diversificação dos investimentos. Colocar os recursos numa única cesta fara com que o investidor corra um risco desnecessário.
Para finalizar, Baida disse que uma pessoa até consegue fazer seus investimentos sozinha. Mas, necessita dedicação. Explicou que precisa se debruçar muito nas informações e selecionar o que é verdade, pois existe na internet muita promessa de retorno rápido em curto espaço de tempo e a realidade não é essa. Necessita escolher onde ele vai se informar. “Bancos como a XP tem canais educacionais gigantescos e gratuitos para os investidores se informarem. Basta ele abrir a conta sem qualquer tarifa de abertura ou manutenção para ter acesso a muita informação”, comentou Baida, ressaltando: “Mas, ter um assessor de confiança, que não promete coisas mirabolantes, mas uma diligência na carteira, (o investidor) terá oportunidades melhores, (produtos com) incentivos fiscais e mais informação sobre o melhor momento para fazer uma alocação”. Para ele, buscar um assessor é mais fácil e vantajoso para o investidor do que ter de aprender do zero. Mas, segundo o especialista, também faz parte do papel do assessor a questão educacional, fazer o investidor entender sobre onde colocar seus recursos. “Faz parte da construção do país, ele está gerando uma poupança que vai servir para financiamento de uma empresa, para a compra de um imóvel e outros planos e isto ajuda o país a crescer”, concluiu.
Para acessar na íntegra esse episódio do videocast no YouTuve da TV Filtros, basta acessar o link: www.youtube.com/watch?v=zxCJn7RUZFk&t=756s.
Sobre a Abrafiltros:
Criada em 2006, a ABRAFILTROS – Associação Brasileira das Empresas de Filtros Automotivos, Industriais e para Estações de Tratamento de Água, Efluentes e Reúso – tem a missão de promover a integração entre as empresas de filtros e sistemas de filtração para os segmentos automotivo, industrial e tratamento de água, efluentes e reúso, representando e defendendo de forma ética os interesses comuns e consensuais dos associados.
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