Governança Pública e Privada, tema de palestra na Abrafiltros, envolve ética e controle
Sem governança, ética e controle, são gerados erros, desperdícios e fraudes, destaca o palestrante Mauri Valentim Riciotti, Procurador de Justiça do Estado do Mato Grosso do Sul.
Foto: Márcio Savoine
Mauri Valentim Riciotti, Procurador de Justiça do Estado do Mato Grosso do Sul
Os três quesitos fundamentais para qualquer governabilidade, seja pública ou privada, são a governança, a ética e o controle. Sem eles, são gerados erros, desperdícios e fraudes. Foi o que afirmou Mauri Valentim Riciotti, Procurador de Justiça do Estado do Mato Grosso do Sul, na palestra “Governança Pública x Governança Privada”, ministrada no Ciclo de Palestras Abrafiltros 2017, na sede da Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais, em Santo André/SP. “Somos todos dependentes da governança pública que, atualmente, está desarranjada, o que compromete diretamente a governança privada”, ressaltou.
Durante a apresentação, Riciotti explicou as diferenças fundamentais entre as governanças pública e privada. Na primeira, seus agentes só podem fazer o que a lei determina e na segunda, podem fazer tudo que a legislação não proíbe. Ressaltou que, na governança pública, que envolve a Constituição Federal, os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, bem como o Ministério Público, há um desequilíbrio. No Judiciário e Ministério Público se exige preparo para ocupar os cargos, inclusive, com a necessidade de prestar concursos. Já no Legislativo, não há exigências. “Não há filtros no Legislativo, que tem como função a elaboração das leis”, comentou.
O Procurador afirmou que àqueles que entram no Legislativo para cumprir sua missão com eficiência devem desempenhar cinco verbos – planejar, organizar, dirigir, coordenar e controlar. No entanto, muitas vezes não contam com habilidades e pré-requisitos mínimos e permanecem nos cargos. “Isto também vale na governança privada, mas, caso não desempenhem as funções, são demitidos”, disse. Assim, na governança pública há acúmulo de trabalho devido às pessoas despreparadas, o que acaba sobrecarregando outros setores e o próprio Ministério Público.
Há também a burocracia, que mata a economia brasileira, mas traz algumas vantagens como racionalidade, rapidez nas decisões, precisão, interpretação, constância, subordinação, confiabilidade e especialização. Porém, a burocracia esbarra no jeitinho brasileiro, que passa dos limites e vai ao encontro do que ele chama de compadrio, ou seja, solicitar facilidades aos “compadres”, que atendem aos pedidos em troca de dinheiro ou até mesmo amizade.
Ao fim da palestra, Riciotti deixou uma mensagem: “O que destrói a humanidade é a política sem princípios, prazer sem compromisso, riqueza sem trabalho, sabedoria sem caráter, negócios sem moral, ciência sem humanidade e oração sem caridade. Melhorar como ser humano é o único caminho”.
O evento fez parte do Ciclo de Palestras Abrafiltros 2017, que discute mês a mês diversos temas ligados ao segmento de filtros e também de interesse social e econômico. O próximo encontro, previsto para o dia 21 de setembro, trará como tema a Gestão de Mudanças, o papel do Líder. Para participar, basta inscrever-se no site www.abrafiltros.org.br. E visando o mês das crianças, serão arrecadados alimentos não perecíveis que posteriormente serão entregues a uma entidade assistencial.
Sobre a Abrafiltros:
Criada em 2006, a Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais – reúne os principais fabricantes de filtros automotivos e industriais do País. A entidade nasceu da necessidade do segmento ser representado e promove ações visando o desenvolvimento e fortalecimento do setor.
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