Filtração de ar: processo fundamental para fabricação de produtos
Especialista em filtração, Rogério Jardini, fala sobre os vários tipos de filtração de ar nas indústrias e a sua importância para garantir a excelência dos produtos.
A filtração de ar é um dos processos mais comuns e primordiais no ramo industrial. Independente do tipo de indústria, a filtração de ar é muito relevante, pois se não tratado pode contaminar a linha de produção, além de poder causar danos à saúde do operador no processo, do consumidor/cliente final e contribuir para o resultado final insatisfatório dos produtos. Várias fábricas usam os filtros de ar para garantir um ambiente livre de impurezas porque há poeira, fumaça e partículas provenientes de processos industriais. “Os filtros são aplicados de acordo com cada tipo de ambiente e objetivos, sendo que o sistema de filtração de ar nas indústrias é composto por mais de um tipo de elemento filtrante”, afirmou Rogério Jardini, especialista em filtração, no Fórum de Debates “Filtros industriais e suas aplicações no segmento de filtração de ar”, realizado pela Câmara Setorial Filtros Industriais, na sede da Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais, em Santo André/SP.
Segundo Jardini, os tipos de elementos filtrantes mais importantes são: filtro multibolsas, classes de filtragem G3, G4, M5, M6, F7, F8 e F9 (ABNT). “O multibolsa conta com meio filtrante com extensa área de filtração, permitindo alta capacidade de acumulação de partículas e sua principal característica é a retenção gradativa das partículas presentes no ar, prevendo o acúmulo de partículas superficiais e aumentando a vida útil do filtro”, explicou o especialista, acrescentando: “Composto por microfibras inertes, não tóxicas e não cancerígenas, sua moldura é fabricada em chapa de aço galvanizado, alumínio ou inox, provida de metálicos separando as bolsas que promovem eficiência, resistência e estabilidade do equipamento”.
Já o filtro absoluto HEPA, classes de filtração E11, H13 e H14, é responsável pela purificação do ar, chagando a reter 99,99% das partículas maiores que 0,3 µm, o que garante um ambiente seguro e livre de impurezas. É produzido em papel de microfibra de vidro e molduras que podem ser fabricadas em chapa galvanizada, alumínio ou inox e vedação em EPMD.
Há também o filtro de carvão ativado, um dos filtros mais usados na filtração de ar e no controle de poluentes, com alta capacidade de adsorção de odores, gases nocivos, corrosivos ou irritantes. Eles são compostos por cédulas de carvão ativado com tratamento específico para aumentar seu desempenho como, por exemplo, carvão catalisado composto de íons metálicos, principalmente de fósforo tecnicamente depositado sobre a superfície interna dos poros de carvão ativado, utilizado como suporte catalítico. “Carvão catalisado com íons metálicos é específico para a remoção de amônia em fase gasosa para o tratamento de ar no controle de poluição ambiental, principalmente, em locais de alta concentração de amônia”, ressaltou.
Durante o fórum de debate, Jardini pontuou os tipos de materiais que servem na fabricação dos sistemas de ar: filtro de papel, que é econômico, muito fácil de manter e sendo muito utilizado para filtrar partículas de poeira, contidas no ar; filtro de espuma, às vezes, usam, inclusive, espumas de poliuretano revestidas com óleo, a fim de prender as partículas no interior da espuma e soltar o ar limpo na outra extremidade. Isto oferece restrição mínima ao fluxo de ar e armazena eficazmente a poeira; filtro de algodão, método eficaz de capturar partículas no ar, muito combinado com papel na maioria dos sistemas filtros plissados.
Falou também sobre o filtro de cartucho, de operação contínua e limpeza automática, composto de uma carcaça onde se colocam cartuchos (ou bolsas). “O ar “sujo” é forçado a passar através dos cartuchos, em cuja superfície as partículas são retidas. Em seguida, o ar limpo é conduzido à parte interna do filtro e ao exaustor”, elucidou Jardini, O processo de limpeza do cartucho é feito automaticamente através de pulsos de ar-comprimido.
Sobre o filtro coalescente disse que diferencia o fluxo de ar de dentro para fora. “Os contaminantes são capturados na malha do filtro e reunidos em gotículas maiores através de colisões com as microfibras de borosilicato. As gotículas passam para o lado externo do tubo do elemento filtrante, onde são agrupadas e drenadas pela ação da gravidade”, citou o especialista, acrescentando mais um tipo de filtro – os hidrofóbicos, onde os meios filtrantes tem fobia de água, normalmente usados em sistemas de tratamento de ar e gases.
Ao final de sua apresentação, enfatizou que toda a indústria utiliza os filtros para proteger a operação, produto e consumidores. “Em ambientes industriais, seja dos segmentos fármaco, alimentício, têxtil, químico ou demais, o filtro de ar é fundamental para garantir a qualidade do ar, especialmente quando realizam seus processos de fabricação”, destacou João Moura, presidente da Abrafiltros, demonstrando a importância do debate do tema no fórum da Abrafiltros.
O próximo Fórum de Debates Abrafiltros, que terá como tema “Sistemas de Filtragem e suas aplicações para tratamento de água e efluentes”, acontecerá, no dia 27 de junho, na sede da associação, à Av. Pereira Barreto, 1395, no auditório. Os encontros além de gratuitos e abertos ao público, permitem apresentar as diferentes aplicações e sistemas de filtração em diversos setores e atividades.
Para obter mais informações e efetuar a inscrição, os interessados podem entrar em contato através do e-mail eventos@abrafiltros.org.br.
Sobre a Abrafiltros:
Criada em 2006, a Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais – tem a missão de promover a integração entre as empresas de filtros e sistemas de filtração para os segmentos automotivo, industrial e tratamento de água e efluentes – ETA e ETE, representando e defendendo de forma ética os interesses comuns e consensuais dos associados.
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