Montagem do pistão, pino, biela, anel e trava

25/02/2014 por Majô Gonçalves em Conarem,Mercado de reposição
Nenhum Comentário

Tanto para os motores Ciclo Otto, como os diesel são necessários alguns cuidados em relação à montagem do conjunto pistão, pino, biela, anel e trava, instalados  internamente no motor. Para a correta aplicação e montagem destes componentes, é necessário conhecermos algumas de suas características.

Vamos citar as principais características dos Pinos.

Por ser o Pino elemento de ligação entre o pistão e a biela, existem dois tipos de classificação quanto a sua aplicabilidade utilizados no Brasil:

–          Pinos flutuantes – quando montados, são livres (sem interferência) tanto no cubo do pistão como no olhal da biela. Para evitar seu deslocamento, utilizam-se travas / argolas.

Para realizar a montagem, é preciso verificar o alojamento da bucha na biela  e o seu diâmetro interno, ambos devem atender as recomendações dimensionais fornecidas pelo fabricante. A biela não poderá estar desalinhada ou torcida. As distâncias entre os centros do alojamento da bucha e alojamento da bronzina (na biela) devem estar paralelos. Somente após atender estas orientações, o pino poderá ser montado e instalados os anéis trava / argolas.

Para a montagem das argolas, utilize ferramentas e alicates com pontas específicas para cada tipo de trava. Também é importante certificar que, após a montagem, as argolas estejam posicionadas corretamente no canal trava.

É importante ressaltar que o reaproveitamento de qualquer dos itens citados só poderá ocorrer se houver recomendação da montadora para tal operação e se atenderem as especificações dimensionais.

Na desmontagem do conjunto, são necessários cuidados para se evitar batidas e impactos. Este tipo de pino é utilizado em motores Ciclo Otto e diesel.

–          Pinos oscilantes – quando montados os pinos são fixos na biela (com interferência) e livres no pistão (região dos cubos). Para o a montagem dos pinos nesta classificação, primeiramente, analisa-se dimensionalmente e visualmente o “olhal” da biela que irá receber o pino. Ele deverá atender as recomendações dimensionais e estar isentos de marcas e deformações. Caso contrário, a biela precisa ser substituída. Se atender as especificações, as bielas precisam ser aquecidas em forno elétrico ou em óleo quente.

Para cada biela, existe a recomendação da montadora com relação à temperatura de aquecimento, assim como os dispositivos que devem ser utilizados no procedimento de embielamento. Por exemplo, a Fiat recomenda aquecer a biela à temperatura de 240ºC. A Ford à 250ºC e a GM à 320ºC.

Podemos concluir então que a temperatura deve ser controlada? Sim, pois o excesso de temperatura deforma o alojamento do pino, o pino e o cubo do pistão. É importante que as bielas sejam aquecidas em fornos elétricos ou por equipamentos de indução, pois somente assim a temperatura é controlada.

A montadora Fiat ainda recomenda que o pino seja resfriado em nitrogênio liquido.

Na desmontagem do conjunto, deve-se tomar cuidado quando se retira o pino. Esta operação pode danificar o alojamento e comprometer o reaproveitamento para novo embielamento.

Este tipo é utilizado com maior frequência em motores Ciclo Otto.

Existe um terceiro tipo de classificação de pino que não é utilizada no Brasil. São os pinos presos. Quando montados, os pinos são fixos (com interferência) nos cubos e livres na bucha de biela.

 

Fonte: Roberto Canassa Júnior, engenheiro mecânico, instrutor e consultor técnico do Conarem (Conselho Nacional de Retíficas de Motores).

wwww.conarem.com.br  

Fotos da Notícia - (Clique para ampliar e fazer Download das fotos)
Clippings para esta notícia

Clientes